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quarta-feira, março 10, 2010

PostHeaderIcon Eu não faço lixo

O site eunaofacolixo.com promovido pela empresa de gestão de resíduos Lipor, partilha dicas e sugestões sobre como podemos reduzir a quantidade resíduos, quer recicláveis quer indiferenciados, no nosso dia a dia. O site tem uma área particularmente interessante chamada “dose certa” que disponibiliza uma calculadora para calcular as quantidades de alimentos necessárias para uma determinada refeição. Útil para evitar o desperdício. 

Eu não sou um pessoa a quem eu chamaria “preocupada com o ambiente”, preocupo-me moderadamente. No entanto, gosto de evitar o desperdício e gosto da eficiência. Para que gastar-mos 5 a fazer X se podemos só gastar 2 para fazer esse mesmo X'?

Os recursos são finitos e há-que tirar o maior partido deles quer sejamos ambientalistas ou não. Todos temos o nosso lugar e nosso espaço neste planeta e devemos preservar o que nos pertence sem interferir com o dos outros.

Seguindo a linha desta preocupação ambiental e cruzando-a com a temática principal deste blog, vou aproveitar para deixar aqui uma dica sobre como evitar o desperdício no computador.

Nos nossos computadores, quer sejam fixos ou portáteis, o principal responsável pelo gasto energético é o monitor. O monitor é o componente que mais energia gasta e, uma vez que hoje em dia muitos de nós têm o computador quase permanentemente ligado embora não estejamos permanentemente a utiliza-lo, faz sentido desligar-mos o monitor quando nos levantamos da cadeira e vamos a qualquer lado, deixando-o “sozinho”.

Claro que, no caso dos computadores fixos, podemos carregar no botão e desligar o monitor e no caso dos portáteis podemos, por exemplo, fechar a tampa, no entanto, na maioria das vezes não o fazemos, ora porque o monitor está longe do dedo ou porque vão ser só uns minutos e não vale a pena fechar a tampa do portátil. 

Numa tentativa para combater esta desperdício de energia, em que o monitor está ligado para o nada, vou partilhar aqui um pequeno programa que permite, com um click, desligar o monitor e voltar a liga-lo com um gesto do rato ou com um toque no teclado.

O programa chama-se Turn of LCD, disponibilizo-o para download neste link e para o usar basta descomprimi-lo no ambiente de trabalho e, sempre que for pertinente desligar o monitor, dar um duplo click nele, como se de um atalho se tratasse e o monitor vai desligar.

Vale a pena experimentar, permite poupar tempo, energia e dinheiro.

 

 

Download do Turn of LCD:

https://docs.google.com/leaf?id=0B6xp4vsCzQzWYTg3NjFjMzYtNDUwZS00OTgxLThiYTctNGZiM2JjYzI4ZjFh&hl=pt_PT

http://www.redmondpie.com/turn-off-your-notebook-lcd-with-one-click/

http://www.redmondpie.com/downloadscenter/TurnOffLCD.zip (Link directo)

http://www.freewarefiles.com/Turn-Off-LCD_program_43065.html

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

PostHeaderIcon O iPad e a Apple

Recentemente a Apple lançou, no meio de um clima hype, certamente obra do Sr. Steve Jobs, o iPad.800px-IPad-01

O iPad é, em poucas palavras, um “Tablet” que esta algures entre um smartphone e um computador. Observando as características técnicas deste novo produto torna-se obvio para alguns que lhe falta muita coisa.

A Apple chama ao iPad um produto revolucionário mas certamente que não o é tecnicamente. Será, talvez, revolucionário por estar de certa forma a criar um novo segmento de mercado, sendo que nem é um telemóvel, nem é um PDA, nem é um computador. A meu ver a Apple está a entrar num segmento ao qual os netbooks (eeePC’s da Asus e afins) pertencem ou estão lá perto que é o segmento dos computadores para quem apenas quer um computador para ouvir umas músicas, ver uns vídeos, consultar o e-mail, ver umas páginas da Internet, comunicar com online com quem conhece, gerir os seus espaços online (Facebook’s, Blog’s e afins) e pouco mais.

Tecnicamente não vejo nada de revolucionário no iPad. O touchscreen é uma tecnologia já bem implementada e de resto, duvido que o iPad tenha mais tecnologia que um telemovel touchscreen.

Ao olharmos para as características técnicas do iPad, um olho mais atento às mesmas, verifica desde logo que as únicas opções de conectividade que temos disponíveis são Bluetooth, Wifi e 3G, sendo que o slot para cartões 3G é para cartões microSIM, coisa que não é usada na Europa. O iPad não contempla se quer uma porta USB para o utilizador poder ligar a sua PenUSB e usar os seus ficheiros. Ao que parece, a justificação da Apple é que assim consegue manter o iPad livre de vírus. É certo que assim, também prende o utilizador ao conteúdo disponível na Web. Não sei que até ponto o iPad permitirá descarregar conteúdos da Internet mas segundo me parece esta opção será limitada. Também não sei será possível transferir ficheiros pessoais por Bluetooth, mas mesmo que seja esta opção não me parece muito viável pois a transferência grandes via Bluetooth é lenta e não muito práctica.  Ou seja, o utilizador do iPad estará, à partida,  limitado à Apple Store, ao iTunes Store e ao iBookStore para transferir para o seu Tablet música, vídeos, software ou e-books. E isto ignorando o facto de que a iBookStore está disponível para já apenas nos USA. – Tal como no caso do slot para cartões 3G, citando o site www.pplware.com, “O mundo são os Estados Unidos e o resto é paisagem?”.

Uma dado também de certa forma curioso é que o iPad não suporta Flash nativamente, isto é, “out of the box” e, tanto quanto sei, neste momento ainda não é possível instala-lo manualmente. Segundo consta, a Apple optou por não introduzir suporte para o Flash porque este causa muitos problemas e crasha muito – o que é verdade – e que a Internet esta a rumar para o HTML5 (em poucas palavras, o HTML5 é um standart, isto é, não pertence a ninguém ao contrário do Flash que pertence à Adobe, que vai fazer o mesmo que o Flash de uma forma, espera-se, mais estável e melhor.)  – o que também é verdade, mas a longo prazo. Ainda vão passar mais um par de anos, no mínimo, até o HTML5 invadir a Internet em força. E isto é curioso porque a Apple, que tanto publicita um produto que “simplesmente funciona”, como vou falar mais abaixo, deixa de fora o Flash que, sendo bom ou não, faz parte de um grande número de sites da Internet. E sem suportar o Flash vai ser inútil visita-los através de um iPad.

Tendo em conta apenas as características técnicas e o que pode fazer um iPad (deixando de lado como faz, se faz de uma forma bonita ou se o faz bem ou mal) e a relação custo/beneficio (mais uma vez deixando de fora neste “beneficio” se é bonito ou não, se tem estilo ou não, etc) o iPad tende para o inútil.

Ao analisar a concorrência, surge um competidor que, olhando para as características técnicas, aparenta bater o iPad – o HP Slate. O HP Slate tem, por exemplo, entradas USB, multitasking, câmara e o Windows 7 que, para todos os efeitos, é um sistema operativo para computador e não um sistema operativo desenvolvido para um telemóvel como é o iPhone OS presente no iPad, se bem que admito que a vantagem deste ultimo ponto seja discutível. E como tem o Windows 7, suporta o Flash.

 

O iPad é, no fundo, eye-candy, um gadget, com poucas capacidades mas bonito e atraente.

 

Apple-logoEntão, se produtos da Apple como o iPad e o iPhone são batidos pela concorrência em características técnicas, como é que conseguem o sucesso que têm ?

A resposta, na minha opinião, está na forma como a Apple posiciona os seus produtos. A Apple publicita os seus produtos como sendo funcionais, isto é, funcionam sempre, fazem o que é suposto e fazem-no bem.

Este feito da Apple, aliado à imagem inovadora e a um design elegante, simplista e atractivo cativo um publico que está menos interessado no poderia técnico de um aparelho e mais interessado em ter um peça de tecnologia bonita, que faça o que é suposto e o faça sempre sem lhe causar problemas. - “Eu sou diferente, eu tenho um Apple.”

Mas, focando-me novamente na parte técnica, como é que a Apple consegue esta funcionalidade e qualidade aparente elevadas?

Primeiro, e abrangendo de uma forma geral todos os produtos, a Apple desenvolve o seu software tendo sempre em mente a alta funcionalidade para o utilizador. O software da Apple é, regra geral, intuitivo, fácil de usar. Por outro lado, limita o que o utilizador pode definir ou escolher. A Apple desenvolve software para um utilizador que, por exemplo no caso de um browser, esta à procura de um browser que se limite a abrir a página que ele quer e que não esta preocupado com os detalhes ou configurações da aplicação – e a Apple trata disto por ele.

No caso dos computadores, os Mac’s são tidos como mais estáveis que um PC. A meu ver, a explicação disto é simples. A Apple controla totalmente o hardware e parcialmente o software  que corre nos seus computadores. Quando a Apple está a desenvolver o seu sistema operativo, o OSX, ou um update para o mesmo, sabe de antemão em que hardware ele vai correr. Isto permite uma melhor optimização e resulta num sistema mais estável.

Por seu lado um sistema operativo que seja desenvolvido para correr em computadores que podem ter milhares se não milhões de combinações de componentes de hardware diferente tem aqui uma dificuldade que a Apple não tem. Um Windows ou um Linux tem que ter em conta que pode correr em qualquer uma destas combinações diferente, ou seja, tem que ser mais genérico na interacção que faz com o hardware e isto inevitavelmente pode torna-lo num sistema operativo mais instável que o OSX porque é impossível ao programador prever ou testar todas as combinações de hardware possíveis que coincidam com os requisitos mínimos do sistema.

No campo dos iPod’s, iPhones e iPad’s a Apple usa outras técnicas para atingir a tal funcionalidade e fiabilidade.

Na minha opinião, a falta de multitask no iPhone e no iPad não é por acaso e tem a ver com isto mesmo. O multitask permite correr várias aplicações em simultâneo e, o que acontece no iPhone e no iPad, como não têm multitask, é que só se pode correr uma aplicação de cada vez. Fecha uma e só depois abre a outra. O multitask consome mais bateria, mais recursos e pode causar instabilidade. Ao abdicar do multitask, estes produtos da Apple ganham nisso mesmo: menos consumo de bateria e mais estabilidade ao executar aplicações, indo de encontro ao que a Apple diz, “faz o que é suposto e fá-lo bem.”

Não vou deixar de referir um facto que acho curioso nos iPod’s. Já constatei que um iPod com o volume no máximo, toca mais baixo que a maioria dos outros players. Acontece que, ao tocar no máximo, muitas vezes o som distorce e, quanto mais alto o som está mais energia consome. Se o volume no iPod’s estiver limitado a um determinado nível, em primeiro lugar vai consumir menos bateria e em segundo o som nunca vai distorcer e vai dar ao utilizador um qualidade aparente superior.

Excluindo os computadores pois penso que não podem ser totalmente incluídos “no mesmo saco”,  tudo isto são técnicas e estratégias que a Apple aplica e muito bem e, por isto, tiro o meu chapéu ao Sr. Steve Jobs. Pecando por vezes na falta de características técnicas ou de poderio técnico (recordo-me agora que o primeiro iPhone não suportava MMS’s), a Apple consegue cativar os utilizadores com um produto inovador, bonito e que “faz o que é suposto” sem que o utilizador se tenha de preocupar muito com isso. Por exemplo, basta ligar o iPhone ao computador e o iTunes encarrega-se de efectuar backups, sincronizações e actualizações quase sem que o utilizador dê por isso.  O utilizador limita-se a usa-lo e a Apple encarrega-se do resto. Além disto mantém uma elevada funcionalidade e fiabilidade aparente em parte à custa de remover as tais características técnicas. Juntando a estes factores um preço algo elevado a Apple consegue também, em minha opinião, manter uma certa cultura de exclusividade em relação aos seus produtos. 

Em conclusão, começo por dizer que não estou a tentar dizer mal ou bem da Apple. É a minha opinião sobre uma marca que admiro não tanto pelos seus produtos mas como pela maneira que os vende e pela maneira como cativa um publico alvo que quer um produto que “simplesmente trabalhe” e que não se quer preocupar com características técnicas ou configurações. Eu, certamente, não faço parte desse publico, mas cada vez mais gente faz. Porque é certo que apesar de pecar características técnicas a Apple consegue em grande parte fazer o que promete: Vender um produto que “simplesmente funciona.”

Referências:

http://pplware.sapo.pt/2010/01/29/os-pecados-mortais-do-ipad/

http://www.apple.com

http://en.wikipedia.org/wiki/IPad

http://en.wikipedia.org/wiki/Apple_Inc.

PostHeaderIcon Sound Box

Já me tinha esquecido do quão bom é som de uma aparelhagem como deve ser ou, por outras palavras, do quão mau é o som que sai pelas nossas colunas de PC modernas.

Photo 0123

Acontece que já à algum tempo que tenho a ideia de transformar o meu sótão (o espaço que se pode ver na foto) numa espécie de retiro para a minha pessoa. Falta-me no entanto espaço, dinheiro, vontade, motivação e provavelmente mais qualquer coisa. Hoje, no entanto, lembrei-me de ir ligar a aparelhagem que era do meu pai e que estava para lá, à já algum tempo, sem trabalhar.

Já me tinha esquecido do quão diferente aquilo é. O nosso som de coluna de PC esta demasiado dividido, uma caixa para os graves que lhes confere aquele som encaixotado característico mais 2, 4, 5, 7 ou até mais “caixas de fósforos” às quais cabe reproduzir os sons agudos mais esganiçados. E o som resultante acaba por ser muito “lifeless” e frio.

Falta-lhe o que eu fui redescobrir naquela aparelhagem “vintage”. Falta-lhe um meio. Uma reprodução de som continua desde dos agudos até aos graves. Ainda que, neste caso, vindo de 3 altifalantes diferentes, ele vêm da mesma caixa. O som é muito mais quente e vivo. É mais presente, até me fez lembrar os rádios/amplificadores a válvulas.

Há quem diga que a boa música deixou de ser feita por volta dos anos 90. Eu até concordo, para mim, em parte, é verdade. Mas não foi só a boa música que (na opinião de alguns) deixou de ser feita pelos anos 90. A música também passou a ser pior ouvida por nós. Phones, colunas bonitas com um palmo, sistemas de som com “caixinhas de fósforos” a dar sons agudos e uma “caixa de sapatos” com um buraco a dar graves – porque o espaço é precioso! E assim se sacrifica um som mais vivo em troca de um “surround” envolvente com 5 sons esganiçados diferentes a vir dos cantos da sala e uma caixa no meio a fazer tremer o chão. Envolvente mas, essencialmente, sem vida.

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